A chegada em Berlim
03 Jan, 2024
A Alemanha me trouxe várias experiências inéditas, mas acredito que a principal delas foi chegar pela primeira vez na vida em um país sem falar absolutamente nada da língua. No avião, embora a maior parte da tripulação fosse alemã, o comissário que estava nos atendendo era brasileiro, o que facilitou bem a nossa vida. Mas já chegando no aeroporto, apesar das placas serem todas bilíngues, nos divertimos com as placas escritas em alemão, aquelas palavras enormes que mal dava para deduzir o que significavam.
Descemos no aeroporto de Frankfurt am Main (FRA), que é o principal centro de operações da Lufthansa. Além disso, é o maior aeroporto de carga do mundo e um dos mais movimentados da Europa. Ficamos por lá algumas horas antes de efetivamente embarcarmos para Berlim. O aeroporto é enorme, mas super bem sinalizado e, de modo geral, não foi difícil andar por ele.
Nosso voo chegou por volta de 11h da manhã. horário local, mas tivemos que esperar algumas horas e alguns voos para finalmente podermos embarcar para Berlim. Acontece que viajando de StandBy dependemos de disponibilidade de assentos nos voos e, como era feriado na Alemanha e ainda rolaram uns desencontros e tentativas mal sucedidas de nos encaixarem nos voos, só pegamos o terceiro avião. Se o plano era chegar no nosso destino final no início da tarde, já chegamos quando estava anoitecendo.
Descemos no aeroporto de Berlim Brandenburgo (BER), que foi inaugurado em 2020 para substituir o antigo aeroporto da cidade, e fica a 18 km do centro. Percebe-se que o aeroporto está bem novinho, mas confesso que achei ele deserto demais para ser a porta de entrada de uma metrópole como Berlim.
Chegando lá, decidimos ir ao centro de transporte público, mas, estando pouco familiarizados com a cidade e não tendo estudado isso com antecedência, acabamos tendo bastante dificuldade. A compra do bilhete foi até fácil, tem várias máquinas espalhadas pelo aeroporto e, apesar do choque inicial de ver tudo escrito em alemão, na tela inicial é possível mudar o idioma.
Estávamos com internet e com o Google Maps, que nos ajudou bastante, e, pelos mapas, tínhamos uma boa ideia de onde tínhamos que chegar e quais as linhas de trem ou ônibus nos levariam até lá, mas a grande dificuldade foi encontrar onde pegar o transporte. Compramos os bilhetes perto da esteira de bagagens, mas aí saímos da área restrita e começou a dificuldade. Embora houvesse placas indicando os caminhos, não encontrávamos o caminho para a linha específica que queríamos.
No fim das contas, descendo uma escada rolante, achamos o local de partida de uma das linhas dos trens regionais, o RB23, e decidimos pegar ele mesmo. Acontece que aparentemente havíamos acabado de perder um trem e o outro demoraria praticamente 1h para passar. Decidimos evitar a fadiga de tentar procurar outro e esperar. O trem não demorou tanto a chegar, mas saiu só no horário programado.
Enquanto isso, ficamos observando como os alemães se comportavam em relação ao trem para fazer igual: descobrimos que as portas ficam fechadas e que precisamos apertar um botão para abrir, e que é preciso validar o bilhete com uma maquininha que fica na plataforma, sistema igual ao da Itália.
Mas segundo o Google, ainda deveríamos fazer uma baldeação, já na área central de Berlim. 4 paradas e 30 minutos depois, chegamos na estação Bahnof Berlin-Fiedrichstraße que, apesar de enorme e super movimentada, é super bem sinalizada e foi bem tranquilo pra encontrar a plataforma do metrô que queríamos. O metrô veio logo e 5 minutos e 3 estações depois descemos no nosso ponto final, a Anhalter Bahnof (com o tempo aprendi que Bahnof é estação, em alemão), que fica a apenas um quarteirão do nosso hotel. Já passava das 19h, estava escuro, chovia e estávamos morrendo de fome, pois nesse meio tempo só havíamos beliscado uma coisa aqui outra ali, então chegar no hotel (pra logo sair pra comer) e largar a mochila foi um alívio enorme!
