A viagem surpresa!

A viagem surpresa!

Minha última viagem foi diferente de tudo que já vivi. E tudo começou há alguns meses quando o Marcus anunciou meu presente de aniversário: uma viagem surpresa! Basicamente, ele planejaria tudo e eu só descobriria o destino na hora de ir. Parecia loucura planejar uma viagem surpresa, parecia loucura viajar para um destino surpresa, mas topei a aventura! Eu confesso que foi bem cômodo não ter que planejar nada, mas o mais importante dessa loucura foi estar de coração aberto para o que viesse. Minha única exigência era ter um quarto privativo com cama e chuveiro pra dormir no fim do dia.

Ao longos das semanas, o Marcus foi me dando algumas dicas sobre o destino, embora ele tenha deixado bem claro que faria de tudo pra me confundir. De qualquer maneira, eu queria de fato ter a surpresa e não fiz nenhuma pesquisa que me levasse a descobrir o destino a partir das pistas que ele foi me dando. Quando a data da viagem foi se aproximando, ele me passou algumas informações essenciais para o preparo da mochila: teríamos três dias inteiros lá e eu já sabia que seria uma viagem internacional e aparentemente longa. Já sabia também que iríamos para alguma cidade (ou seja, não era um destino em meio à natureza ou praia), que caminharíamos muito e teríamos muitos lugares turísticos para visitar. Sabia também o clima: a previsão indicava temperaturas entre 11ºC e 20ºC e com sol entre nuvens. Finalmente, sabia que teríamos três dias completos lá. Eu sabia também que iríamos para São Paulo e de lá pegaríamos dois voos até o destino final, o que só complicava as coisas. E isso era tudo que eu sabia.

Tudo indicava também que seria um destino inédito para ambos. Na semana anterior, eu já tinha descartado lugares na Oceania e Ásia, por serem longes demais pra tão pouco tempo. Por algum motivo, achei que na Europa estaria mais quente, então também descartei. Por alguns dias cismei que seria Johanesburgo, mas também não descartei América do Norte. Nós dois já fomos aos Estados Unidos, mas poderia ser uma parte do país nova para ambos. Canadá talvez? EU não sabia. Chegando perto da data da viagem, as pessoas me perguntavam se eu desconfiava do destino. Não, não desconfiava. Nem ideia? Nem ideia.

Finalmente chegaram as férias e foi chegando a hora de descobrir o destino misterioso. Nossa viagem começou no sábado, em São Paulo, mas só iríamos para o destino final na segunda. Como ficaríamos na casa da tia do Marcus, preparamos duas malas: uma para o final de semana, que ficaria lá em São Paulo, e a mochila, que levaríamos para a outra viagem. E esse foi o primeiro desafio: pensar em duas malas. Eu sou super caótica para arrumar mala, sempre deixo pro último segundo mas confesso que acho que fiz um bom trabalho dessa vez. Claro, esqueci de lavar algumas das roupas que pretendia levar e elas obviamente não secaram a tempo, então fui pro aeroporto com calça e casacos ainda meio úmidos. Além disso, percebi que precisaria comprar algumas coisas, mas deixei pra fazer isso em São Paulo, pois sabia que teríamos tempo. Marcus até pensou em me contar antes qual seria o destino, para caso eu quisesse comprar alguma coisa específica para a viagem, mas eu não quis, achei que as informações que eu tinha eram suficientes.

Saindo de casa

Finalmente chegou o grande dia e eu estava MEGA ansiosa. Fiz as unhas, liguei pra minha mãe, banho, almoço e fomos pro aeroporto. Acontece que fomos pro aeroporto cedo porque o Marcus ainda precisava trabalhar, então ainda precisaria segurar a ansiedade mais um pouco. Descemos no terminal 3 de Guarulhos o que só confirmou o que eu já sabia: era uma viagem internacional. Além disso, é importante dizer que o Marcus trabalha para uma companhia aérea, o que significa que pagamos um preço bem mais baixo pelas passagens, mas isso me induziu a pensar que viajaríamos na companhia que ele trabalha ou pela Delta, que é parceira. Então olhei para o painel com as companhia que operam no terminal 3, mas foquei nas duas companhias que estavam na minha cabeça (e não me davam muita pista…).

Terminal 3 Guarulhos

Sentamos no Starbucks e o Marcus ficou fazendo reuniões infinitas, enquanto eu não conseguia focar em nada. Por um lado eu sabia que ele precisava daquela última tarde de trabalho antes das nossas férias, mas por outro eu já não aguentava mais ficar ali sentada sozinha fazendo nada. Pouco mais de 1h depois levantei pra andar um pouco e fui ao banheiro. Eu estava lavando minhas mãos quando o Marcus me mandou uma mensagem falando pra voltar que ele precisava resolver algo. Quando cheguei, ele saiu imediatamente. Eu estava sentada de costas, não vi pra onde ele foi mas, novamente, pareceu uma eternidade.

Reunião

Quando voltou, ele falou alguma coisa, que ainda teria reuniões pra fazer, e, quando eu resmunguei qualquer coisa de volta, ele colocou os cartões de embarque na mesa! Tinha chegado a hora!! Eu peguei os cartões e demorou um tempo pra minha ficha cair do que tava acontecendo… Cartão de embarque da… Lufthansa?? Pra Frankfurt??? Eu iria viajar num Boeing 747???? Na hora eu só conseguir perguntar: “Nós vamos viajar de narigudo!?” E veio a resposta afirmativa. Narigudo, a propósito, é como eu carinhosamente chamo o Boeing 747. Eu fiquei completamente em choque, pois nem sonhava com aquilo, mas muito, muito feliz! Tão feliz que só aquela informação já me deixou eufórica e nem lembrei de perguntar pra onde iríamos de fato. Beijos, abraços, agradecimentos e o destino final é anunciado: Berlim! Foi um mix de emoções, eu ria e chorava ao mesmo tempo, iria conhecer um país novo que eu nem sonhava até uns minutos antes e ainda realizaria meu sonho de voar no meu avião preferido! Foi uma sensação incrível, eu sabia que o Marcus tinha planejado tudo com muito amor e naquele momento era só isso que eu sentia! Tinha valido a pena a espera, a surpresa, e eu tive certeza que esperar até aquele momento pra saber o destino foi muito especial! Eu realmente nem sonhava que poderia ir pra Europa, e, de repente, em algumas horas estaria embarcando para a Alemanha só com uma mochila!

Surpresa

Eu não tinha expectativa nenhuma em relação a Berlim e, devo confessar, não pensava em ir pra lá tão cedo, nunca tinha parado pra pensar o que tinha pra ver e fazer e sequer lembrei que lá é a cidade do muro. Mas uma coisa eu sabia: eu estava pronta para a aventura!

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