Nossa viagem para Berlim só durou três dias inteiros, foi praticamente um bate e volta. Isso significa que foram dias muito intensos, em que andamos bastante e vimos muita coisa e deixamos de ver mais um monte! Nosso primeiro dia foi dia de comemoração: era meu aniversário!! Eu ainda estava em êxtase por estar comemorando na Alemanha, sendo que dois dias antes eu sequer sabia o destino da minha viagem! Apesar disso, passei praticamente o dia todo sem internet, então mal consegui ver as mensagens que chegaram. No fim das contas, o foco foi tentar curtir o máximo possível de Berlim.

Ficamos hospedados no Ibis Berlin City Potsdamer Platz, que fica super bem localizado! De lá é possível ir a pé para alguns dos principais pontos turísticos da cidade, como Brandeburg Tor e Checkpoint Charlie, além de ter fácil acesso a várias estações de metrô. Optamos por pegar a hospedagem com café da manhã, e depois de um café com direito a queijo brie e panquecas com nutella, decidimos subir as avenidas Stressemannstraße e Ebertstraße que nos levariam até Potsdamer Platz e ao Portão de Brandemburgo. Saímos andando do jeito que gostamos: tranquilos, com pausa pra fotos e a primeira coisa que chama atenção é como aquela região respira história.

Nossa primeira parada foi na Potsdamer Platz, que fica a cerca de 1km da Brandeburg Tor. Em 1938, foi construída ali uma estação de trem que ligava Berlim a Potsdamer e outras cidades próximas e, em 1907, foi aberta a estação de metrô que permitiu o desenvolvimento da região, com hotéis, restaurantes, lojas etc. O movimento na região intensificou-se a tal ponto que ali, em 1924, foi instalado o primeiro semáforo da cidade. Durante a Segunda Guerra Mundial praticamente todos os prédios foram bombardeados e a região ficou praticamente devastada. Com a construção do muro de Berlim, em 1961, a região passou a ser fortemente vigiada para evitar fugas do lado oriental, mas, finalmente, com a sua queda em 1989, a região voltou a se desenvolver. Nos últimos anos, então, foram construídos prédios modernos, assinados por famosos arquitetos contemporâneos, de modo que a Potsdamer Platz tornou-se uma das regiões mais movimentadas e visitadas de Berlim. De qualquer maneira, ali ainda permanecem alguns fragmentos do muro que ajudam a contar a sua história.

Seguimos a nossa caminhada e passamos pelo Memorial aos Judeus Mortos da Europa, que visitamos mais tarde, e pelo Tiergarten, o segundo maior parte de Berlim, com 2,1 quilômetros quadrados. Nele estão vários monumentos importantes e, naturalmente, não conseguimos rodar por ele todo, mas logo de cara, ainda da calçada, nos deparamos com um grande bloco de pedra preto que depois descobrimos que se tratava do Denkmal für die im Nationalsozialismus verfolgten Homosexuellen ou, em português, Monumento aos Homossexuais Mortos, projetado por Michael Elmgreen e Ingar Dragset e inaugurado em 2008. Nele há uma pequena abertura de onde se vê um filme com gays que se beijam.

Mais adiante, entrando no parque, fica o Denkmal für die im Nationalsozialismus ermordeten Sinti und Roma Europas, o Memorial aos Ciganos Mortos, projetado pelo israelense Dani Karavan e inaugurado em 2012. Do lado de fora, painéis com o rosto e a história de alguns dos cerca de 500 mil ciganos que perderam a vida durante o Holocausto, inclusive crianças e idosos. Dentro do memorial há um lago com um triângulo preto bem no centro, como aquele que os ciganos levavam no peito durante o Holocausto para que fosse facilmente identificados. Em volta do lago, em algumas das pedras ali presentes levam nomes dos campos de concentração e extermínio. Devo dizer que ver aqueles rostos ali e o memorial foi bem impactante, mas o nosso dia só estava começando.

Referências

https://simplesmenteberlim.com/potsdamer-platz/ https://www.tudosobreberlim.com/potsdamer-platz https://www.agendaberlim.com/potsdamer-platz/ https://simplesmenteberlim.com/tiergarten/ https://www.penaestrada.blog.br/monumentos-da-segunda-guerra-em-berlim/ https://destinoberlim.com.br/2016/03/04/vitimas-do-holocausto/